INTRODUÇÃO
Sonho remete ao ato de sonhar, ocorre quando imagens, ideias, fantasias, histórias e cenas aparecem em nossas mentes enquanto dormimos. Podemos ou não lembrar dos sonhos ao acordarmos e isso acompanha explicações em diversas religiões e ciências: Umbanda, psicologia, psicanálise, terapia de vidas passadas, etc.
Para a
ciência, é uma experiência de imaginação do inconsciente durante nosso período
de sono (inconsciente, pois estamos sem controle dos nossos atos). Para Freud (pai da psicanálise), os sonhos noturnos são gerados na busca pela realização
de um desejo reprimido.
Recentemente, descobriu-se que até os bebês no útero das mães têm sono REM (movimentos rápidos dos olhos) e sonham, mas não se sabe com o
quê. Em diversas tradições culturais e religiosas, o sonho aparece revestido de
poderes premonitórios ou até mesmo de uma expansão da consciência.
REM E O SONHO
O sono R.E.M., ou Rapid Eye Movement ("movimento rápido
dos olhos"), é a fase do sono na qual ocorrem os sonhos mais vívidos.
Durante esta fase, os olhos movem-se rapidamente e a atividade cerebral é
similar àquela que se passa nas horas em que se está acordado.
As pessoas
acordadas durante o sono REM, normalmente, sentem-se alertas, com maior índice
de atenção, ou mais dispostas e prontas para a atividade normal. Os movimentos
dos olhos associados ao REM são gerados pelo núcleo geniculado lateral do
tálamo e associados a ondas occipitais. Durante o sono REM o tônus muscular da
pessoa diminui consideravelmente. Também chamado sono paradoxal, termo que caiu
em desuso.
No R.E.M., o cérebro bloqueia os neurônios motores, para que
o corpo não obedeça as ordens sonhadas ou as encene. O resultado é conhecido
como Paralisia do sono.
Durante uma noite de sono, uma pessoa normalmente tem cerca
de 4 ou 5 períodos de REM, que são bem curtos no começo da noite e mais longos
no final. É comum acordar por um curto período de tempo no fim de um acesso de
REM. O tempo total de sono em REM ronda os 90 a 120 minutos por noite para
adultos. Entretanto a quantidade relativa de sono REM diminui acentuadamente
com a idade. Um bebê recém-nascido dorme mais de 80% do tempo total de sono em
sono REM; enquanto uma pessoa de 70 anos dorme menos de 10% em sono REM. A
média para adultos jovens é 20% do tempo total de sono ser em sono R.E.M.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/REM_(sono)
PSICOLOGIA PSICANALÍTICA E O SONHO
Para a psicanálise o sonho é o "espaço para realizar
desejos inconscientes reprimidos". O pesquisador James Allan Hobson
considerou "os sonhos como um mero subproduto da atividade cerebral
noturna".
Existem duas fases do sono. A primeira é o sono de ondas
lentas, em que a atividade do cérebro é baixo e, por isso, não se formam filmes
em nossa mente, apenas pensamentos mais ou menos normais que passam em uma
espécie de tela escura, em imagens. Já a segunda fase, é considerada de alta
atividade, é chamada REM - sigla em inglês, para movimento rápido dos olhos. E
é durante a fase do REM que os sonhos ocorrem, pelo menos nos adultos.
Foi em 1900, com a publicação de "A Interpretação dos
Sonhos", que Sigmund Freud (1856-1939) deu um caráter científico à matéria.
Naquele polêmico livro, Freud aproveita o que já havia sido publicado
anteriormente e faz investidas completamente novas, definindo o conteúdo do
sonho, geralmente como a “realização de um desejo”.
Para o pai da psicanálise,
no enredo onírico há o sentido manifesto (a fachada) e o sentido latente (o
significado), este último realmente importante. A fachada seria um despiste do
superego (o censor da psique, que escolhe o que se torna consciente ou não dos
conteúdos inconscientes), enquanto o sentido latente, por meio da interpretação
simbólica, revelaria o desejo do sonhador por trás dos aparentes absurdos da
narrativa.
Já o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, baseado na observação
dos seus pacientes e em experiências próprias, tornou mais abrangente o papel
dos sonhos, que não seriam apenas reveladores de desejos ocultos, mas sim, uma
ferramenta da psique que busca o equilíbrio por meio da compensação. Ou seja,
alguém masculinizado pode sonhar com figuras femininas que tentam demonstrar ao
sonhador a necessidade de uma mudança de atitude.
Na busca pelo equilíbrio, personagens arquetípicas interagem
nos sonhos em um conflito que buscam levar ao consciente conteúdos do
inconsciente. Entre essas personagens, estão a anima (força feminina na psique
dos homens), o animus (força masculina na psique das mulheres) e a sombra
(força que se alimenta dos aspectos não aceitos de nossa personalidade).
Esta
última, nos sonhos, são os vilões. Um aspecto muito importante em se atentar
nos sonhos, segundo a linha junguiana, é saber como o sonhador, o protagonista
no sonho (que representa o ego) lida com as forças malignas (a sombra), para se
averiguar como, na vida desperta, a pessoa lida com as adversidades, a
autoridade e a oposição de ideias. Jung aponta os sonhos como forças naturais
que auxiliam o ser humano no processo de individualização.
Ao contrário de Freud, as situações absurdas dos sonhos para
Jung não seriam uma fachada, mas a forma própria do inconsciente de se
expressar. Para o mestre suíço, há os sonhos comuns e os arquetípicos,
revestidos de grande poder revelador para quem sonha. A interpretação de sonhos
é uma ferramenta crucial para a psicologia analítica, desenvolvida por Jung.
Os sonhos são cargas emocionais armazenadas no inconsciente,
que projetam imagens e sons, e de acordo com Freud como sabemos que os objetos
nos sonhos são derivados de cargas emocionais, podemos através deles chegar a
raiz ou seja as emoções que geraram essa imagem ou som.
Sendo estudados
corretamente podem se descrever, ou melhor, conhecer o momento psicológico do
indivíduo. Fazendo uma analogia, poderíamos pensar numa espécie de "fotografia"
do inconsciente naquele momento. Por isso, o sonho sempre demonstra aspectos da
vida emocional. Nos sonhos sua linguagem são o que Freud denomina símbolos.
Para entender seus variados conteúdos, temos que reconhecer o que os símbolos
representam nesse sonho. semelhante ao que foi estudado por Stanislavski, a
simbologia dos sonhos não só está dada pelo contato que o criador do sonho teve
com o objeto mas também com o caráter, ou seja, a forma que ele lida relaciona
sentimentalmente esse objeto a coisas de sua vida, um exemplo prático o mar
pode apresentar distintas simbologias(que são importantes para a interpretação
dos sonhos se trata de descobrir a raiz) variando de pessoa a pessoa(inclusive
a época) para alguns o mar pode significar destruição (o mar destruindo
estruturas deixadas na praia) mas para outros invasão (a água avançando e
invadindo território) de acordo com Freud o que a pessoa sente quanto a esse
objeto ou essa situação é fundamental para a interpretação de sonho.
"Os
sonhos são a estrada real para o conhecimento da mente". Portanto as
terapias psicanalíticas usam interpretação dos sonhos como um recurso para
"elaborar". Carl Gustav Jung passou a se dedicar profundamente aos
meios pelos quais se expressa o inconsciente. Em sua teoria, enquanto o
inconsciente pessoal consiste fundamentalmente de material reprimido e de
complexos, o inconsciente coletivo é composto fundamentalmente de uma tendência
para sensibilizar-se com certas imagens, ou melhor, símbolos que constelam
sentimentos profundos de apelo universal, os arquétipos.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sonho
NEUROCIÊNCIAS E O SONHO
Existem outras correntes, que vêem o sonho de modo diverso.
Os neurocientistas, de modo geral, afirmam que o sonho é apenas uma espécie de
tráfego de informação sem sentido que tem por função manter o cérebro em ordem.
Essa teoria só não explica como esses enredos supostamente desconexos são
responsáveis por grandes insights, como em Thomas Edison, por exemplo. Existem
muitos outros casos de sonhos reveladores em várias áreas da ciência e da arte,
que todavia não impedem que os sonhos sirvam também para recuperar a saúde do
organismo e do cérebro.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_do_sono
PESADELOS
Pesadelo - é um sonho penoso com sensação de opressão
torácica e dispneia, terminando por um despertar sobressaltado ou agitado e com
ansiedade.
É uma perturbação qualitativa do sono, ou seja, um distúrbio
que se passa na nossa cabeça enquanto dormimos (parasónia), na maior parte das
vezes de origem psicoafetiva, embora não seja de excluir a sua etiologia
comicial. Acontece quando seu cérebro cria uma situação e faz com que nós
achemos uma solução.
A palavra nightmare, que em língua inglesa significa
"pesadelo" dizia respeito, nos anos de 1600, exatamente a um demônio
(o incubus) que vinha e sufocava as pessoas enquanto dormiam. A fonte dos pesadelos são uma serie de pensamentos negativos
que quando armazenados em grande escala tomam conta dos pensamentos enquanto se
dorme em forma de imagens e sons criados pelo cérebro.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sonho
SONHOS E REVELAÇÕES
A oniromancia, previsão do futuro pela interpretação dos
sonhos, tem grande credibilidade nas religiões judaico-cristãs: consta na torá
e na bíblia que Jacó, José e Daniel receberam de Deus a habilidade de
interpretar os sonhos. No Novo Testamento, São José é avisado em sonho pelo
anjo Gabriel de que sua esposa traz no ventre uma criança divina, e depois da
visita dos Reis Magos um anjo em sonho o avisa para fugir para o Egito e quando
seria seguro retornar à Israel.
Na história de São Patrício, na Irlanda, também figura o
sonho. Quando escravizado, Patrício em sonho é avisado de que um barco o espera
para que retorne à sua terra natal. No Islamismo, os sonhos bons são inspirados por Alah e podem
trazer mensagens divinatórias, enquanto os pesadelos são considerados
armadilhas de Satã.
Filósofos ocidentais eram céticos quanto ao tema religião e
sonhos, por alegarem que não haveria controle consciente durante os sonhos, mas
estudos recentes analisando movimentos dos olhos (REM) durante o sono mostram
resultados cientificamente comprovados com sonhos lúcidos, que se contrapõem às
teorias anteriores.
Pensadores, cientistas e matemáticos como René Descartes e
Friedrich August Kekulé von Stradonitz também tiveram em sonhos visões
reveladoras. Descartes, em viagem à Alemanha, teve uma visão em sonho de um
novo sistema matemático e científico. Kekulé propôs a fórmula hexagonal do
benzeno após sonhar com uma cobra que mordia sua própria cauda. O grande pai da
tabela periódica, Dmitri Mendeleiev, afirmou ter tido um sonho no qual era
mostrado o modelo da tabela periódica atual.
Medicina do Sono denominado erroneamente como Sonoterapia
que é a indução do sono com propósitos psiquiátricos, é uma área da saúde que
estuda as funções do sono, os seus distúrbios e o impacto destes distúrbios na
vida dos indivíduos.
SONOTERAPIA (MEDICINA DO SONO)
Atualmente conhece-se mais de oitenta distúrbios do sono e
estes podem ser divididos entre aqueles que: a) os que provocam redução do
sono, como a insônia; b) os que levam ao aumento do sono como a narcolepsia e a
apneia do sono; c) e aqueles que ocorrem durante o sono sem alterar a sua
duração do sono, como o ranger de dentes durante o sono (bruxismo), o urinar
durante o sono (enurese noturna, incontinência urinária), o sonambulismo, o
pesadelo, o terror noturno, o ronco e a fala durante o sono (sonilóquio).
O primeiro atendimento de Medicina do Sono no Brasil foi em
1977, pelo Prof. Rubens Reimão no Departamento de Neurologia do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que persiste em
atividade ininterrupta até os dias de hoje.
BENEFÍCIOS DO SONHO
Para o o Neurologista Leandro Teles, membro da Academia Brasileira
de Neurologia, formado e especializado pela Universidade de São Paulo (USP):
O sonho provavelmente apresenta diversas funções. Do ponto
de vista cognitivo, imagina-se que ele tenha funções de ajustes importantes no
aprendizado. Esquecer aquilo que não importa, consolidar memórias relevantes,
organizar os arquivos mentais, etc.
Também é um exercício mental de
criatividade, confrontação de dilemas conscientes e inconscientes, autoconhecimento, etc. Algumas construções
são uma montanha russa emocional, a falta de entrada sensorial e a baixa
atividade dos lobos frontais (região da razão e da crítica) torna o enredo por
vezes bastante confuso e improvável para a vida real.
O enredo do sonho é fruto de um emaranhado de memórias com
intenso componente emocional e fantasioso. Grande parte do que sonhamos a noite
refere a coisas que vivenciamos no dia anterior ou nos dias anteriores. O sonho
é uma colcha de retalhos com personagens, símbolos, alegorias, ambientes que
afloram do nosso arsenal de vivências, mas dispostos de forma meio errática.
Podemos misturar pessoas que nunca se encontraram, ambientes distantes em
muitos quilômetros, vale pessoas mortas, eventos sobrenaturais, etc.
Essa
confusão é fruto da falta de filtro frontal (local da crítica, lógica e razão)
e da falta do feed back ambiental (uma vez que estamos pouco reativos aos
estímulos do meio). Quanto a segunda pergunta, sobre a possibilidade de
manipular sonhos, isso é possível sim! Como é fruto de força consciente e
inconsciente algumas pessoas consegue estabelecer alguma intervenção no enredo e
desenrolar da história. Para tal, é preciso uma certa predisposição genética,
treinamento e muita concentração. Mentalizar processos, identificar sinal de
sonho, técnicas de recordação, etc.
Para lembrarmos melhor dos sonhos é fundamental se concentrar antes de dormir e
colocar na cabeça que você quer recordar do sono. Depois, você precisa acordar
dentro de um sonho ou próximo dele. Se acordar muito após o sonho já era. Se
quiser muito recordar vale a pena colocar o despertador para tocar na segunda
metade da noite, lá pelas 5 ou 6 da manhã (nesse horário os sonhos são mais
vívidos e duradouros).
Deixe um papel e uma caneta ao lado da sua cama, ao
despertar concentre-se apenas no sonho em curso e anote o máximo de informação
para reconstruir o sonho. Estima-se que 50% do enredo se perde em 5 minutos,
90% em 10 minutos após acordado, o sonho deixa apenas uma tênue linha de
memória.
EXISTEM SONHOS REPETIDOS?
Para o o Neurologista Leandro Teles, membro da Academia Brasileira de Neurologia, formado e especializado pela Universidade de São Paulo (USP):
Existem sim alguns sonhos que são recorrentes. Isso é comum
quando estamos imersos em alguma atividade mais tensa e estressante, no ano de
vestibular, por exemplo. Outra opção são pessoas que passaram por traumas
emocionais intensos, como tragédias, violência, acidentes de carro, etc. O
estresse pós-traumático pode trazer sonhos recorrentes ligados diretamente ou
simbolicamente ao trauma ocorrido. Nesses casos pode ser necessária terapia,
métodos de controle de sonho e, eventualmente, medicações para inibir o
pensamento onírico recorrente.
UMBANDA E OS SONHOS
Por Eduardo de Oxossi
Para Umbanda os sonhos podem significar mensagens trazidas por espíritos que já se foram (nossos parentes e amigos), por quiumbas e Eguns (no caso de pesadelos), avisos através dos nossos mestres (Marinheiros, Exus, Caboclos, Ciganos, Boiadeiros, Baianos, Eres, Pretos Velhos, etc).
Os sonhos interpretados pela Umbanda podem ser:
A) Proféticos: Sonhos que anunciam o futuro, alguma notícia a acontecer, uma previsão.
B) Antepassado: Sonhos que falam de situações já vividas (nesta ou em outras vidas) de algo que temos que resolver.
C) Alertas ou presentes: sonhos que indicam algo ligado ao presente, como um recado para um banho de ervas ou um alerta de um inimigo.
O Sonho é uns dos eventos biológicos mais fascinantes de que
se tem notícia. Enquanto o corpo está lá, inerte e paralisado, a mente vaga por
mundos intrigantes, fantásticos, improváveis e livres da contenção sem graça da
realidade.
Para alguns dirigentes a habilidade de sonhar é uma das manifestações da mediunidade. Para outros pode ser uma experiência onde a alma sai do corpo e de fato pode estar vivendo a situação. Quando retorna ao estado de vigília, o Espírito encarnado,
embora nem sempre se recorde de maneira detalhada da excursão espiritual
empreendida, retem consigo lembranças que são úteis tanto a si quanto aos
outros; sim, porque, não raro, ele se faz o estafeta de valiosas orientações
para familiares e amigos que estejam necessitados de uma palavra de conforto ou
de alerta, de esclarecimento ou de rumo.
Independente do que seja, respeitamos a doutrina de cada casa. A interpretação dos sonhos na Umbanda deve começar com exercício do próprio filho consigo mesmo, com suas vivências, com seus guias, etc.
Uma dica que eu dou é evitar sites e livros com traduções prontas de sonhos, por exemplo, "sonhar com cobra quer dizer perigo". Quando copiamos receitas mágicas da internet, estamos matando a doutrina da nossa casa e o mistério do nosso guia. O que serve para uma pessoa talvez não sirva para outra.
FANATISMO E OS SONHOS
O campo dos estudos dos sonhos é muito amplo e não pode ser resumido em um texto. É importante ao estudioso de sonhos não virar um fanático e achar que todo sonho é de cunho espiritual ou psicológico, ou ainda, sair atrás de sites procurando seus significados. Freud demorou uma vida para interpretá-los e é preciso ter consciência de que este é um assunto amplo não apenas na medicina, psicologia, mas na própria religião.
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