Calunga é cemitério.
Quem está dentro pode querer se levantar e sair, mas fora da cova não pode ir.
Quem está fora, passa longe, pois para dentro tão cedo não quer ir.
Lá é um lugar de paz para quem se comportou e ao mesmo tempo o inferno para quem se revoltou.
Lá é campo de trabalho para as falanges de cemitério, cruzeiro e almas.
Dizem os Ogans que Cemitério é praça linda, mas ninguém quer morar lá.
O problema é que querendo ou não querendo, o Cemitério é praça grande onde Exu vai morar.
Calunga é chão santo de Omolu.
Calunga é chão santo de Eguns de Yansã.
Calunga é chão santo das almas do rosário de Pretos Velhos.
Calunga é casa de Tranca Rua das Almas, Maria Padilha das Almas e colegas Caveiras.
Calunga é ponto de força, é ponto de despacho, é ponto de encontro.
Lá é local de reza, de vela, de flores, de terra.
Mais tempo, menos tempo, Calunga é a sua futura casa.
Respeite a Calunga para ser respeitado.
Tenha temor a Calunga para ser perdoado.
Calunga é local onde guardamos nossos ancestrais.
É caixa onde guardamos amados e odiados.
É local onde guardamos doentes e feridos desencarnados.
É local de repouso, reflexão e humildade.
É local de vingança, cobrança e maldade, afinal cada um só dá ao outro o que tem em si mesmo.
Nesta vida e nas outras, se não nos encontrarmos em vida, nos encontramos na morte.
Calunga é local onde guardamos nossos ancestrais.
É caixa onde guardamos amados e odiados.
É local onde guardamos doentes e feridos desencarnados.
É local de repouso, reflexão e humildade.
É local de vingança, cobrança e maldade, afinal cada um só dá ao outro o que tem em si mesmo.
Nesta vida e nas outras, se não nos encontrarmos em vida, nos encontramos na morte.
Assim é a Calunga!
Por: Tranca Rua das Almas.
Belas palavras. Soaram como poesia, como a vida e a morte devem ser, poesia...
ResponderExcluir