A inteligência e sua manifestação na Umbanda e na vida
A inteligência é um fenômeno que sempre intrigou a humanidade e tornou-se objeto de estudo na psicologia. No dicionário, sua definição é simples: “capacidade de aprender, conhecer e realizar coisas”. Trata-se, portanto, de um aspecto essencial da personalidade humana. A partir desse conceito básico, surgem diversas classificações: inteligência musical, lógica, emocional, espiritual, racional, espacial, entre outras, que a ciência se propôs a medir por meio de testes psicológicos, de QI e outras ferramentas.
Na Umbanda, a inteligência também ganhou destaque, mas sob uma ótica muito mais subjetiva e espiritual. É considerada uma das manifestações de Oxóssi, o orixá que rege o trono do conhecimento. É importante ressaltar, contudo, que assim como o direito de ser uma boa mãe não é exclusivo das filhas de Iemanjá, ou a justiça não é um privilégio dos filhos de Xangô, a inteligência não é restrita aos filhos de Oxóssi.
Ciência e espiritualidade: análises que requerem cuidado
Tanto na psicologia quanto na Umbanda, é necessário preparo para analisar o comportamento humano sem cair em julgamentos precipitados. Muitas vezes, usamos justificativas espirituais para explicar atitudes inadequadas, como dizer que alguém é "grosso porque é de Iansã". Isso é um equívoco. Ser rude ou impaciente é uma escolha pessoal, fruto do livre-arbítrio. Como seres humanos, temos a liberdade de decidir o que aprender, conhecer e fazer – em outras palavras, temos autonomia para sermos coerentes e sensatos entre o que falamos, pregamos e fazemos.
Reduzir comportamentos humanos a explicações simplistas pode causar grande confusão, tanto entre médiuns e filhos de santo quanto na relação com consulentes. A interpretação errada pode gerar intervenções inadequadas, prejudicando aqueles que buscamos ajudar. Existe um abismo entre o que vemos, o que interpretamos e o que realmente é. Nesse abismo, nem psicólogos nem médiuns estão imunes a erros.
Atitudes que constroem um bom médium
Ser um bom médium não depende de títulos ou formações acadêmicas, mas das atitudes diante dos ensinamentos de Oxalá. Um diploma em psicologia, biologia ou qualquer outra área não garante um bom atendimento espiritual. Assim como ser cozinheira não faz automaticamente uma boa mãe de santo. O que conta são as atitudes e a intenção verdadeira em cada ação.
O conhecimento externo – livros, palestras, cursos – é acessível e abastece nossa mente. No entanto, o conhecimento interno, aquele que nos ajuda a entender quem somos e como lidamos com nossas dificuldades, exige mais esforço. Seja por meio de psicoterapia ou prática espiritual, o que realmente faz a diferença são nossas atitudes.
Reflexão e gratidão
Oxóssi me ensinou que o atendimento espiritual não depende do local, mas da qualidade da entrega. Não importa se atendo uma ou mil pessoas; o que conta é o cuidado com cada uma delas.
Acenda uma vela verde e peça a Oxóssi que lhe conceda conhecimento e inteligência emocional para ser quem você realmente é, sem deixar que sua personalidade interfira no trabalho espiritual. No atendimento, importa o que a pessoa precisa, não o que você acha certo. Ali, você é um instrumento para o guia.
Que Oxóssi traga sabedoria à sua vida, não para guardá-la de forma egoísta, mas para aplicá-la e multiplicá-la. Afinal, o conhecimento é a única coisa que cresce quanto mais é compartilhada.
Okê Arô Oxóssi!
Comentários
Postar um comentário