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O PODER DAS CRUZES NA UMBANDA – POR EDUARDO DE OXOSSI

A “Cruz” é uma palavra derivada do latim “cruce” e representa em sua essência básica uma figura geométrica, ou seja, duas retas que se cruzam formado ângulo de 90° ao meio. As linhas normalmente se apresentam na horizontal e na vertical, traduzem o encontro de 2 retas, o encontro de 2 mundos, o encontro de 2 caminhos, o encontro de 2 passagens.


Todavia, com o passar do tempo, muitas derivações de cruzes foram surgindo, inclusive bem diferentes do seu padrão tradicional, como é o caso da Cruz Ansata (ou Ankh):  


A cruz é um dos símbolos humanos mais antigos e é usado até hoje por diversas religiões, principalmente as religiões cristãs. Não vamos percorrer o significado das cruzes nas outras religiões (até porque se faz necessário que cada especialista aborde o tema que entende).


Neste texto vamos tentar relacionar algumas cruzes na sociedade com a energia de Umbanda, uma vez que o nosso blog é sobre conteúdo Umbandista.


Cruz de hospital



Associamos a energia de cruzes presente em hospitais (Presentes nas enfermarias, em capelas hospitalares, em recepção de hospitais) como portais ligados à Obaluae, o mestre das passagens das curas e das doenças. 


As cruzes de hospitais abrem caminhos para falanges que atuam naquele ambiente em prol de cura, de recuperação, de transmutação, de transformação, de recuperação e afins. 


Cruz de cemitério e de cruzeiro



Associamos as cruzes de cruzeiro (sejam de praças ou de cemitérios) como passagens das almas, dos mortos, das procissões, podemos associá-las à mistérios de Obaluae, Oxala, Omolu, Exu, Pombogira, Exu Mirim e falanges que guiam os mortos/desencarnados, ou ainda, falanges que atuam com o combate à espíritos que perderam ou distanciaram-se da luz.


Cruzes de cruzeiro e de calunga são muito eficientes ao combate de demandas e esgotamento de forças trevosas.  


Cruz em Exércitos



As cruzes presentes nas “cruzadas” antigas, nos escudos medievais, nas bandeiras, nos brasões, nas ruínas de castelos e símbolos bélicos estão associadas à Ogum, ou seja, estão atreladas à energia das passagens de guerra, de batalhas.


Abrem e conduzem facilmente a energia de soldados em prol de um objetivo. Podem ser ativadas com facilidade para trabalhos de defesa, trabalhos de combater algum ataque energético negativo, etc. 


Cruz para crucificar pessoas 



Aquelas cruzes utilizadas principalmente pelo exército Romano para crucificar pessoas vivas, estão associadas à Ogum e Xango pela energia simbólica da aplicação da lei, aplicação da sentença, aplicação da justiça. 


Não vamos por uma linha de julgamento de valores, o fato é que local onde Jesus foi crucificado por exemplo, é considerado chão santo e recebe pessoas do mundo inteiro. 


As passagens abertas pela energia destas cruzes falam muito sobre lutas da humanidade: sofrimento, perseverança, resistência, guerras santas, fanatismo religioso, fé, etc. Poderíamos por este ultimo parágrafo também associar a energia à Oxalá.   


Cruz na encruzilhada



Uma encruzilhada em Cruz traz a força dos caminhos, está, portanto, associada à Ogum e Exu. Cruzes que encontramos nas estradas (geralmente colocadas para simbolizar que ali morreu alguém por acidente) pode estar ainda associada à Ogum e linha das Almas. 


Cruz nos fóruns



Cruzes presentes em fóruns, locais de autoridade da justiça estão associadas à Xango. Caminhos de energias que avaliam e julgam papeis, contratos, sentenças, pessoas, situações. 

 

Crucifixos e terços



Crucifixos em igrejas ou em formato de terços (fios de conta inclusive) estão associados à energia de Oxala e das Almas. Muito presente inclusive nas mãos de pretos velhos. 


Cruzes invertidas



Estão mais associadas à energia anticristo não necessariamente ruins, todavia, muito presente em rituais de magias invertidas ou mal intencionadas.


Cruz em trevo 


Associada ao mistério das passagens ligadas à sorte, poder vegetal, caminhos das matas, prosperidade, podemos associar á Oxossi, à linha Cigana


Tem mais uma infinidade de cruzes que poderiam ser explorada. Mas fica aqui uma pequena ideia para explorarmos os pontos de forças de onde as cruzes abrem suas passagens. 

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