Quem nunca ouviu esta expressão
dentro de um terreiro de Umbanda, Quimbanda, Candomblé, Umbandomblé ou
semelhante? Como isso impacta na performance do médium de incorporação enquanto
atende seus consulentes?
Bom, para responder estas e
outras perguntas temos que ir do inicio! O que é consciência e inconsciência? Existem duas formas de responder esta pergunta: A) Com ciência e B) Com senso comum. Ciência é algo estudado e comprovado no meio acadêmico, inclusive já estão surgindo faculdades Umbandistas no Brasil (http://www.ftu.edu.br/ftu/) que tem reunido estudiosos sobre Umbanda para poder encorpar e propagar esta doutrina sem perca histórica (ou com a menor possível). Uma outra forma de explicar é o "senso comum", o que a população acha que sabe, o famoso telefone sem fio ("me disseram") ou ainda o discurso "Frankstain"onde o filho pega um pedaço de cada texto de internet e monta um discurso sem saber o que aquilo significa.
Muitos “charlatões” também intitulados pejorativamente como "marmoteiros" apropriam-se desta expressão e nomenclatura, mas não possuem qualquer formação
específica teológica, religiosa, epistemológica e até psicológica para falar
sobre o tema, em outras palavras, nem sabem o que significam estas palavras em sua raiz. Erro na teoria = erro na prática. O termo “consciência
e inconsciência” são termos muito estudados na psicologia, então mais uma vez trarei um pouco deste conhecimento aos internautas para poderem refletir sobre o que é uma mediunidade consciente x inconsciente.
Sigmund Freud (um dos pais da psicologia)
dedicou uma vida inteira sobre este assunto. Livros e livros construindo e
traçando um raciocínio científico para fundamentar como este estado mental
impacta no comportamento humano. Porque estou dizendo isso? Imaginem para um
psicólogo que já seja difícil diagnosticar o estado de consciência alheia,
imagine para alguém sem formação acadêmica ou espiritual que por ventura queira
lhe apontar o dedo e dizer se você é ou não um médium consciente! Complicado
não é mesmo?! Umbanda é religião, tem fundamento e é preciso estudar.
Bom, retomemos a psicologia para continuarmos o raciocínio. O
termo “consciência” grosseiramente falando, refere-se a um estado mental onde a
pessoa sabe exatamente descrever ou explicar o porquê, o como, onde, com quem
emitiu determinado comportamento. Enquanto o termo “inconsciência” acusa o
inverso, seria então um estado mental onde a pessoa pode ter emitido
determinado comportamento, mas não saber o porque, a causa, o momento exato que
fez determinada ação.
Por exemplo, imagine que tocou um ponto de
caboclo no terreiro que você frequenta e a pessoa (médium) começou a sentir o seu guia e conseguiu se auto-observar
caindo no chão para saudar o conga, mas não conseguiu controlar. Podemos dizer
que isso foi um gesto “consciente”, pois dada a percepção dela sobre o guia,
ela emitiu o comportamento de incorporar. Uma incorporação inconsciente poderia
ser citada como a incorporação do guia acoplada no corpo do médium sem que este
percebesse a presença do primeiro.
Consciência e Inconsciência
referem-se a estados mentais diretamente ligados a comportamentos, por exemplo, na tabela abaixo na coluna "verde" temos exemplo de apenas um dos possíveis comportamentos emitidos pelo médium em um dia de gira. Na coluna "Azul", este gesto seria classificado como Consciente. Na coluna "Vermelha", o comportamento seria classificado como inconsciente:
Do começo ao final de uma gira são muitos comportamentos emitidos pelo médium e seu guia. Para dizer categoricamente você é inconsciente ou consciente, teríamos que ter observado todos estes gestos para chegar a uma conclusão empírica sobre o diagnóstico. Caso contrário, esta opinião se perde no "achismo". Uma coisa empírica (comprovada) evita que a subjetividade traga variações para uma analise. O "achismo" por outro lado traz confusão, pois é baseado em julgamento de valores e não em dados, fatos e eventos.
O que é "consciente ou inconsciente" é o COMPORTAMENTO DO MÉDIUM e não o "Médium" propriamente dito. Sendo assim, dependendo da gira ele pode ter momentos consciente, momentos inconsciente em uma única gira. Cientificamente falando nem mesmo as federações espíritas acreditam em uma incorporação 100% inconsciente. Em todo caso, em respeito ao guia que está ali incorporado, pouco se toca neste assunto.
Dizer que você é médium consciente ou inconsciente refere-se aos comportamentos que você mais emite. Se o guia precisar retirar a sua consciência por algum propósito, ele o fará, de modo que neste caso os comportamentos emitidos pelo seu corpo perderão além do seu controle a sua percepção e memória. Além da sensação de "piloto automático" que temos quando incorporados, você não terá acesso aos registros daquilo. Mas no geral, as incorporações são conscientes. O que se perde com muito mais frequência é o controle sobre o comportamento e não a "consciência".
OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEMA
Um outro aspecto possível para explicar porque as pessoas escondem isso e/ou "se gabam" para falar que são inconscientes é a fama, o status, como se fosse melhor a incorporação inconsciente do que a consciente ou vice versa. Ou ainda, médiuns inseguros que se escondem por de trás deste discurso, pois se não estavam conscientes, logo, não poderiam ser penalizados por suas atitudes.
Cada caso é um caso. Não existe melhor ou pior. Muito mais do que bater no peito para falar ou esconder se você emite mais comportamentos conscientes do que inconscientes, é saber o que isso significa para religião que você atua. Atuar na incorporação exige muita responsabilidade. O começo do desenvolvimento mediúnico é difícil para maior parte das pessoas. Não é vergonha alguma ser um médium consciente.
O guia em terra utiliza o que seu corpo tem de matéria, portanto, o que você sabe e aprendeu ao longo da vida. Ele somente irá lhe tirar a consciência quando houver um propósito. Aliás, eles até preferem a consciência pois quando precisam dar recados a cambones sobre os próprios filhos eles costumam dizer "Isso o filho está ouvindo" ou "eu vou deixar na cabeça dele".
Mais do que se apegar a rótulos "sou ou não sou" (pois a coisa não é tão estática assim), comece a dedicar mais tempo a se perceber. A perceber os seus comportamentos, a reconhecer quando seu guia chega ou vai, enfim, comece a permitir-se, a doar-se. Não há uma fórmula mágica para boa incorporação. É preciso vivê-la, experimentá-la, identificá-la e deixar que as coisas aconteçam naturalmente sejam elas oriundas da consciência ou da inconsciência.
gostei da explicação, bem simples e objetivo!
ResponderExcluirPreciso saber se a gente pode deixar de ser consciente e ser inconsciente
ResponderExcluirNão é que eu não acredito que esteja incorporado é que eu não aceito a incorporação consciente pois sou eu que controlo tudo isto não é certo
ResponderExcluirGostaria de receber o orixas inconsciente sem ter que ficar controlando nada sem ver sem sentir sem ouvir sem saber o que esta acontecendo com os outros obrigado pela atenção e que Deus te abençoe sempre axe
ResponderExcluirobrigado Pai ! por favor continua alimentando a nossa mente e o nosso subconsciente com conhecimento e sabedoria. William
ResponderExcluir