Por Eduardo de Oxossi
Blog Baiano Juvenal
Antes de começarmos o nosso
texto, quero que você anote em um papel o nome de uma ou mais pessoas que tenham
sido gentis com você nos últimos dias, que tenham feito algo por você sem
esperar nada em troca, que tenham lhe ajudado com algo, alguma coisa ou
situação.
Pode ser a coisa mais simples
como: alguém lavou suas roupas, alguém cozinhou para você, alguém foi solicito
com você, alguém lavou a louça para você, alguém fez elogios à sua aparência, personalidade
ou atitude, alguém lhe deu ouvidos, alguém lhe deu um abraço...
Pense em atitudes de pessoas
conhecidas ou desconhecidas que tenham através de suas ações gerado uma
sensação de GRATIDÃO no seu íntimo, no seu coração, no seu pensamento neste
momento.
Escreveu?
Agora vamos começar nossas
reflexões. O que levou aquela pessoa a ajuda-lo? O que leva pessoas a serem
gentis uma com as outras? O que leva alguém dedicar um tempo da sua vida a
ajudar o próximo sem esperar nada em troca? Somos gentis apenas com conhecidos
ou podemos expressar gentileza com a sociedade à nossa volta?
Que efeito teve o comportamento
gentil desta (s) pessoa (s) em seu comportamento? Como você se sentiu sendo
ouvido, sendo elogiado, sendo bem tratado, sendo mimado por um capricho, um
presente, uma refeição ou uma ajuda?
Percebe o que está em jogo aqui?
Estamos falando de
espiritualidade, de humanidade e isso sem referência à qualquer religião. Quando
as pessoas nos tratam bem, isso gera sentimentos positivos em nosso íntimo,
desta relação entendemos que: “Gentileza gera gentileza”. Todavia, alguém
precisa escolher ser gentil conosco. Será que conseguimos ser gentis com todos
a nossa volta ou apenas com pessoas das quais temos um grande afeto?
A Gentileza assim como a gratidão
não podem ser seletivas, precisam ser verdadeiras, precisam ser cultivadas,
precisam tornar-se hábito e acima de tudo, precisam cumprir a missão de seus
significados, caso contrário, ficarão presas ao clichê de suas palavras.
A Gentileza e a gratidão são um
conjunto de atitudes presentes em uma transação das relações humanas que
conecta quem dá “um presente”, um gesto, uma atenção x quem a recebe. A gentileza
conecta um bem feitor à um necessitado e este por sua vez sente-se grato,
agradecido, em êxtase, ou ao menos deveria!
Quando uma pessoa beneficiada por
uma pessoa bem intencionada e gentil não consegue sentir gratidão, disse então
que temos a INGRATIDÃO. Quando alguém
não consegue ser gentil com o outro, temos então a GROSSERIA E A FALTA DE
EDUCAÇÃO.
Vivemos uma era de palavras
vazias que são usadas com frequência, mas pouco nos debruçamos sobre seus reais
significados. A Gentileza e a gratidão têm uma função de sobrevivência social,
de comunidade, de manter uma sociedade sustentável onde aquele que pode
oferecer ajuda, oferece aquele que precisa.
Nesta ajuda mútua o bem vai
criando raiz e vai oferecendo modelos de conduta à gerações a sua volta.
CARIDADE, GENTILEZA, GRATIDÃO E
UMBANDA
Sempre ouvi dos meus mais velhos
que “Umbanda é amor, Umbanda é caridade”. A caridade, a gentileza, a empatia
entre outros sentimentos presentes nos membros de uma comunidade são benéficas
para manutenção da própria comunidade, neste caso, falando em “Umbanda de
Terreiro” quero chamar a atenção do leitor para a importância de mantermos acesa
a chama do bem nos repertórios humanos.
São estes valores humanos (que
estão virando clichês) e que fazem falta em nos tornarmos seres humanos melhores.
O bem que fazemos a alguém é benefício tanto para quem recebe quanto para quem
emite. A pessoa que emite gentileza, apoio, altruísmo, empatia e outros
comportamentos solícitos também são imediatamente beneficiadas em seu íntimo.
Como você se sente ao ajudar
alguém que estava precisando?
Se a resposta à esta pergunta for
“indiferente”, “não sinto nada”, ou “me sinto fazendo por obrigação” são apenas
alguns sinais de que você é uma das pessoas que hoje em dia falam estas palavras,
mas não conseguem se conectar com o que elas realmente significam.
A Umbanda é sim amor e caridade,
mas ela deve em primeiro lugar contribuir para que seus frequentadores
internalizem e compreendam o significado destas palavras da moda, pois palavras
vazias não evoluem ninguém.
Ouvimos tanto que “Umbanda é evolução”,
mas ouvimos pouco sobre o que é evoluir? O que é ser uma pessoa melhor, um ser
humano melhor? Se a religião não contribui com a evolução do seu repertório
humano, certamente ela é ineficaz para construção de um mundo melhor.
Como você está evoluindo enquanto ser humano? Você está conseguindo prestar a caridade a quem precisa e está conseguindo ser grato a quem o ajudou?
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