A morte é o encerramento da vida, o término da consciência, o desligamento da carne. Ela pode acontecer parcial (o falecimento de algum órgão) ou total, morte do corpo humano. Desde o dia em que nascemos já estamos morrendo, em outras palavras, nosso cabelo, pele, ossos, células estão se desenvolvendo dia a dia rumo ao envelhecimento.
TIPOS DE MORTE
A morte pode chegar em nossas vidas de diversas maneiras:
- Morte Natural: aquela onde o corpo para de funcionar
porque já atingiu seu tempo útil de funcionamento, por exemplo: “Morrer de
velhice em uma cama”.
- Morte antecipada: aquela que vamos reduzindo pelos maus
hábitos de vida, ou seja, por uma vida sedentária, pelo abuso de drogas, por
negligências de saúde, etc. No espiritismo isso pode ser associado a uma
espécie de suicídio.
- Morte acidental: aquela por acidentes,
coincidências...Imagine por exemplo que você nunca voou de avião por medo de
morrer, mas em um acidente ele cai na sua casa e você venha a falecer. Não teve
culpa atrelada, é a que chamamos de “morte acidental”.
-Suicídio: o ato de tirar a própria vida.
- Assassinato: Quando alguém interrompe definitivamente a
nossa vida.
- Pena de morte: Quando a sociedade decide que vai
interromper a nossa vida.
- Negligência política: Quando morremos por negligência de
cuidados básicos que o estado deveria prover a nós e nossa família.
Quem decide se vamos morrer naturalmente, acidentalmente,
assassinado ou de outra forma? O quanto é o nosso livre arbítrio x o quanto é a
predeterminação espiritual do que temos que passar?
Uma coisa é fato, não temos todas as respostas para este
tema, porém, sendo a Umbanda uma religião que busca explicações em outras
religiões (Espiritismo, Pajelança, Catolicismo, Matrizes Africanas, etc.), ela
traz algumas ideias e suposições do que acontece sobre a morte, com quem morre,
por que morre e o que acontece na vida após a morte.
EVOLUÇÃO DOS RITOS FÚNEBRES
Antigamente, na época das cavernas, não tinha ritual
fúnebre. Quando alguém da tribo morria, comiam-se seus dejetos e/ou largava-se
o corpo lá. Em épocas medievais, os corpos começaram a ser enterrados para
evitar doenças, mal cheiro e outros problemas da decomposição.
Em tribos consideradas pagãs, quando se enterrava um membro
que morreu e no local do enterro nascia alguma flor ou planta, acreditava-se
que havia ocorrido algum evento espiritual, sagrado. Não havia ciência para
atrelar status de adubo do corpo em decomposição.
Em culturas nórdicas era comum a cremação do falecido, cuja
alma seguiria para Valhala. No Egito, ao morrerem os faraós eram embalsamados e
enterrados com todos os seus escravos (vivos). Para alguns tipos de bruxaria, é
defendido que se enterre o corpo para que ele sirva de alimento a cadeia da mãe
natureza que tanto nos alimentou em vida.
O termo “velório” advém de velas, em um período em que não
se tinha energia elétrica e os corpos eram velados na sala das casas.
Poderíamos dar infinitos exemplos de ritos fúnebres, a
questão é que, a maneira cultural em que a morte e seu rito são entendidos,
impacta diretamente no tipo de dor e no de visão de que teremos sobre a morte.
Quem é contra x a favor de cremação, quem é contra x a favor
de enterro, etc. Se sua influência é
cristã, você vai considerar o inferno. Se é espírita vai considerar o umbral,
se é do candomblé vai considerar os ancestrais / egun egun e assim por diante.
Dependendo da influência da sua Umbanda, do seu sacerdote e
da doutrina da sua casa, uma visão de morte, sobre o que se fazer com os mortos
e o que acontece com eles, pode ser mais frequente e presente que outra.
Todavia, uma coisa parece ser comum a todo tipo de Umbanda: A possibilidade de
não ter que reencarnar e sim trabalhar em alguma falange.
Isso mesmo! Quantas vezes você não ouviu de um guia que ele
estava ali até cumprir a missão dele? O que seria ele se não um espírito que, ao
invés de encarnar, foi direcionado para cumprir sua missão de outra maneira?
MORTE E UMBANDA
Partindo de todas essas provocações está longe da Umbanda
(que é uma banda só, que abre espaço para diferentes religiões) dizer que o
jeito A ou B é o mais correto. Vou citar aqui uma interpretação do Alan
Barbieri que achei fantástica sobre o tema.
Ele diz que Oxalá, na sua sabedoria, permite estas diversas
possibilidades de experiência de desencarne e morte para que cada organismo
possa passar pela experiência que precisa, ou seja, quem precisa de Umbral tem
Umbral, quem precisa virar falange vira, quem precisa dormir eternamente dorme,
quem precisa reencontrar seus antepassados reencontra, etc.
As únicas referencias escritas que temos sobre o tema foram
trazidas por psicografias, não há outra maneira de alguém de lá contar para
alguém de cá o que aconteceu de fato. Por isso, achei a explicação dele muito
pertinente e respeitosa.
Outra coisa interessante na perspectiva de morte da Umbanda
é a presença do Orixá Omolu, que nos foi apresentado para ajudar com o
encerramento de ciclos. Podemos recorrer a ele e a linha de pretos velhos (almas)
para encontrar conforto no luto, sabedoria para compreender o que pode ser
compreendido e aceitar o que ainda não temos resposta.
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