Por Eduardo de Oxossi
Sacerdote do T.U.S. Caboclo Pena Verde e Flecheiro de Aruanda
Em uma das lendas sobre mãe Obá ela aparece como uma das esposas de Xango, a amazona guerreira dotada de grande força física e força de vontade. A fiel, que cria raízes e relacionamentos duradouros. A que apresentava grandes dotes culinários.
Certa vez estavam as esposas de Xango à mesa para jantar suculento feito por Obá. Xango comeu que limpou os alguidas e fez inúmeros elogios a Obá publicamente. Oxum enciumada chamou Obá no outro dia e disse:
- Obá minha irmã, Xango me disse que hoje a expectativa é maior, ele quer comer algo bem mais suculento como por exemplo, uma Orelha e desta vez eu vou preparar a minha própria como prova do meu amor.
Horas depois, Obá viu Oxum cozinhando com um turbante amarrado à cabeça e pensou que ela teria tirado a própria orelha para cozinhar a Xango. Decidiu fazer o mesmo. Cortou a própria orelha e fez um prato elaborado para o jantar daquele dia.
Xango ao abrir o prato reclamou:
- O que é isso?
- É seu para atender seu pedido meu senhor. (Disse Obá)
- Eu jamais aceitaria a mutilação de um humano, disse Xango.
Obá procurou Oxum para esclarecimento e Oxum com seu sarcasmo tirou o turbante e disse:
- Não seja ingênua, eu jamais cortaria a minha orelha por homem nenhum.
Depois que a bagunça foi esclarecida, Xango chamou Obá e Oxum para conversar, como era tido como um dos reis mais justos da época ordenou que refletissem sobre seus feitos, pois nem o trono do amor e nem o trono do conhecimento poderiam ser usados desta maneira.
Pediu que refletissem sobre o ciúmes, a enganação, o fanatismo que mesmo estando espelhados com mundo da maior prova de amor, não se justificavam. Xango ensinou a Obá e Oxum que o amor quando vem através de comportamentos e intenções inadequadas, quando ele vem fazendo mau às pessoas ele não é digno.
Xango ensinou a Oxum e Obá que a maior prova de amor é quando para ele existir, nenhuma outra vida tem que ser enganada ou mutilada.
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