Pular para o conteúdo principal

OXALÁ, NANÃ, YEMANJÁ, OXUM E OMOLU: DA VIDA À MORTE!


Olorum (Deus) delegou a Oxalá (Jesus Cristo) a criar a terra e povoá-la. Quando Oxalá foi incumbido desta missão, ele tentou criar os homens com água, mas era muito volúvel, tentou com a areia, mas era seca, tentou com o vento, mas era indomável, tentou com o fogo, mas era instável. Então, procurou a mais velha dos Orixás: Nanã Buruquê.

Esta por sua vez, lhe ofereceu o barro exigindo que quando os homens morressem aquele material lhe fosse devolvido (daí a analogia "do pó viemos e ao pó retomaremos"). Oxalá tinha então a incumbência de criar o homem, tinha o barro para fazer, mas ainda faltava alguma coisa.

Então recorreu a Yemanjá a mãe de Todos pedindo que colocasse naquele boneco de barro a vida (uma alma) e uma mente (a cabeça, o Ori). Para fecundar esta energia, recorreu a deusa do Amor Oxum a guardiã do ventre materno para que este homem (do sagrado barro, do sagrado Ori) nascesse como fruto do amor verdadeiro. 

Com este trabalho a 4 mãos (Oxalá>Nanã>Yemanjá>Oxum) nasce o homem. Em terra ele cresce, interage, vive, evolui e quando chega a sua hora de desencarnar é recolhido por Omolu (Morte) para que retorne as suas origens (Espírito para Yemanjá, o corpo físico para Nanã, etc). 

Temos então Omolu na vibração da morte, do cemitério, da putrefação, do Umbral, dos desencarnados, etc. No Candomblé Omolu é a figura de Obaluaê velho. Na Umbanda, Omolu é um Orixá que cuida do trono da geração com Yemanjá, neste sentido, a vida começa com Yemanjá no plano espiritual, se materializa com Nanã, nasce com Oxum e morre com Omolu. 

Em outras palavras, o trono da geração transita e gera o homem do seu nascimento à sua morte espiritual. Estas lendas são utilizadas para explicar eventos científicos que na antiguidade não haviam condições de serem esclarecidos. Quando estudados com determinação, podemos observar que a sabedoria dos nossos antecestrais prevalece até hoje.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TRABALHOS COM CABEÇA DE CERA NA UMBANDA

INTRODUÇÃO A Cabeça é o lugar mais sagrado para o Umbandista. É ali que vive o seu Ori, sua coroa, sua mente, seu cérebro, o início dos seus chacras, etc. Trabalhos com cabeça de cera devem ser feitos por pessoas experientes e fundamentadas. Na dúvida sobre o que ou como fazer, sempre consulte o pai de santo de sua confiança.  CABEÇA DE CERA PARA OXUM: PEDIDOS E PROMESSAS Oxum é muito conhecida por receber cabeças de cera em seus trabalhos, seja ele para amor (embora a Umbanda em si seja contra trabalhos de amarrações) ou para outros pedidos.  Em São Paulo está localizado o Santuário de Aparecida do Norte. Lá é recebido diariamente muitas peças de cera em pedido ou agradecimento de graças alcançadas por seus fiéis.  Podemos fazer cabeça de cera para cura, para melhorar os pensamentos, clarear as ideias, etc.  CABEÇA DE CERA COM YEMANJÁ: CALMA, LIMPEZA E DISCERNIMENTO.  Yemanjá é a mãe de todos. Este trabalho é indicado para acalmar alguém que encontra-se

NOMES DE MARINHEIROS E MARINHEIRAS NA UMBANDA

A Umbanda é uma religião 100% brasileira que se utiliza de conceitos de outras religiões como as religiões indígenas, o espiritismo, o catolicismo, etc. Como tal, apresenta uma ampla linha de trabalho pautada em diferentes culturas. Uma delas é a linha de marinheiros regida diretamente por Yemanjá e indiretamente por outros Orixás (Dependendo de onde aquele marinheiro é). Algumas casas de Umbanda tratam a linha de Marinheiro como vibração direcionada a Linha D'Agua: Oxum (Marinheiros de águas doces), Yemanjá (Marinheiro dos mares), Nanã (Marinheiro de águas turvas), Yansã (Marinheiro de águas agitadas e tempestades). Mas nada impede de termos um marinheiro ligado aos outros orixás: Pescadores (Oxossi/Yemanjá/Oxum), soldados da marinha (Ogum), profissionais e mercadores do porto (Oxossi), etc. Já o Candomblé segue nações (Ketu, Gêge, Nago) e como tal, sua doutrina antecede a Umbanda (religião criada posteriormente) e nem todas elas reconhecem a linha de marinheiros, a

A HISTÓRIA DO EXU SETE COVAS

Autor: Eduardo de Oxossi (Dirigente espiritual do T.U.S. Caboclo Pena Verde e Flecheiro de Aruanda). Sempre que lermos um texto "a história do guia tal" devemos ter em mente que aquela história é daquele guia e não da falange toda, ou seja, neste texto, por exemplo, vamos contar a história de um Exu Sete Covas e não a história de toda falange Sete Covas. Na dúvida sobre este assunto, procure o pai de santo de sua confiança e conheça a doutrina da casa que você frequenta.  Se você trabalha com Exu Sete Covas, ele mesmo pode lhe contar a história dele ou à um cambone se for permitido. Boa leitura!  EXU SETE COVAS Exu Sete Covas em vida foi um escravo muito bonito que era protegido pelas mulheres brancas de sete fazendas da região. As mulheres (donas e sinhás usavam o escravo entre elas como objeto de desejo sexual na ausência de seus maridos). Mascaravam, esta situação alegando que o escravo era um ótimo funcionário para serviços pesados domésticos.