Você
já passou pela situação de sugerir algo a uma pessoa, algum conselho, ou
comentário que tenha servido como coincidência, previsão de futuro, adivinhação
ou acerto sobre o que estava falando, mesmo que não soubesse antes? Já sentiu
algum dia que deveria ou não sair de casa e neste dia algo de bom ou de ruim
acontecer? De sonhar e/ou ter a sensação de conhecer pessoas no meio da rua
e/ou de já ter estado em determinado lugar? Fique calmo! Você não está ficando
louco!
Estas
e outras atitudes compõe a gama do comportamento que no senso comum chamamos de
“Intuição”, todavia descobriremos que intuir é diferente de adivinhar! A
palavra Intuição vem de “Intuir”, a começar pelo dicionário:
1)
faculdade ou ato de perceber, discernir ou pressentir coisas, independentemente
de raciocínio ou de análise.
2)
forma de conhecimento direta, clara e imediata, capaz de investigar objetos
pertencentes ao âmbito intelectual, a uma dimensão metafísica ou à realidade
concreta.
Em
outras palavras o que parece estar em jogo no comportamento de intuição é que
ele é uma forma de analisar as coisas sem a presença do comportamento de
"raciocínio lógico aparente".
Uma
vez me contaram a história de um Preto Velho que indicou que a pessoa tomasse
sopa de peixe para combater as dores que tinha na perna. Se você perguntar ao
médium por que ele indicou isso quando incorporado ele dirá "Não sei, foi
intuição" (sem a presença do raciocínio lógico). Se perguntarmos ao Preto
Velho por que ele indicou isso, nas palavras dele ele diria "Mironga, este
nego usou isso no passado e deu certo" (sem a presença de raciocínio
lógico. Se formos a faculdades de teologia onde a ciência estuda os fenômenos
sobrenaturais estudar porque a pessoa sarou, veremos que o peixe tem as vitaminas (Ômega 3, etc) que combatem
a osteoporose. E assim se dá com todas as ervas e suas propriedades medicinais,
fitoterápicas, homeopatas e afins. "Intuir" neste primeiro momento
parece o comportamento de trazer a tona algo que dentro sabemos mas fora não
conseguimos explicar.
Para
psicóloga Virginia Marchini, fundadora do Centro de Desenvolvimento do
Potencial Intuitivo, a Intuição é uma forma de conhecimento que está dentro de
todos nós, embora nem todas as pessoas saibam utilizá-la, inclusive ela fundou
este centro de pesquisa para ajudar pessoas a desenvolverem este comportamento.
Etimologicamente, explica Virginia, a palavra intuição vem do latim intueri,
que significa considerar, ver interiormente ou contemplar.
O
matemático e filósofo Blaise Pascal referia-se à intuição como o produto da
capacidade da mente de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, graças às infinitas
conexões inconscientes que tornam possível à mente consciente fazer escolhas.
Grandes cientistas, entre eles o físico Albert Einstein, considerado o maior
intuitivo da história, enfatizaram o valor do potencial intuitivo. O psiquiatra
Carl Jung (Pai e percussor da psicologia analítica) dizia sobre o conhecimento
intuitivo: “Cada um de nós tem a sabedoria e o conhecimento que necessita em
seu próprio interior, o que talvez não temos é a capacidade de aflorá-la como
se deve”.
Segundo
Virginia, a mente intuitiva abre-se a respostas inovadoras e não dogmáticas,
mas aprender a confiar na intuição é um grande desafio, pois o senso comum
ainda considera a intuição um conhecimento de risco e quando dá errado, o
generalizam como “ineficaz”.
Em
todo este tempo em que pesquisou o comportamento de intuição Virgínia ainda
descobriu que pessoas com baixa estima tem menor intuição, pois vivem duvidando
de si mesma e de seus atributos. Mesmo diante da confirmação de que seus
pensamentos deem certo, muitas vezes travam e não verbalizam, guardam suas
intuições para si mesmo.
Fiquem
tranquilos, pois é possível que qualquer um desenvolva intuição por meio de
algumas técnicas, como o treino da habilidade no uso de imagens e símbolos, a
aquisição e prática de uma postura mais reflexiva diante dos fatos rotineiros e
o desenvolvimento da nossa autoconfiança. Se o nome de um determinado
comportamento existe, então para os psicólogos ele é possível ensiná-lo,
treiná-lo, instalá-lo e desenvolvê-lo em alguém. Tudo dependerá da qualificação
de quem ensina, do desempenho de quem aprende e de quais técnicas serão
empregadas nesta relação.
Em
terreiros, nem os próprios dirigentes sabem ao certo como repassar todo este
conhecimento a seus filhos, em geral acabam delegando isso ao guia como se
magicamente um dia alguém acorda expert em “Intuição”. Intuição é comportamento
e, portanto, precisa ser praticado. O Guia bebe o que o médium disponibiliza de
matéria.
Infelizmente
há muitas matérias por aí que não se prepararam o suficiente e já estão dando
passes (seria o mesmo que liberar os médicos no inicio da graduação para já
fazerem cirurgias!). Como desenvolver em um médium novo todas as habilidades e
competências que ele precisa para atuar com passe, cura, transporte ou afim é,
entre outras questões, o que acaba passando batido na formação mediúnica, o que
resulta em uma discrepância na hora de visitar terreiros e, portanto, resulta
em mais afinidade com determinado guia. As vezes vamos no terreiro e o guia fala
“O que você quer”, outros usam a boca do médium e já trazem com a intuição
“Filho, você está se sentindo desta e desta maneira....você está assim?”.
Guias
em terra que chegam e bebem da matéria a intuição melhor lapidada e apurada,
tendem a acumular mais filas de consulentes do que outros que travam a língua e
não conseguem se quer dizer uma palavra de conforto a quem visita o terreiro. A
Intuição é a habilidade básica do médium que atua com passe e consulta, pois é
através do NÃO DITO que vem o que precisa ser DITO.
Não
devemos confundir intuição com adivinhação! Adivinhação subentende-se como
prever o futuro (antecipar algo que ainda não aconteceu e dependendo do
presente, talvez nem venha a acontecer no futuro previsto) e intuir significa
sentir algo, coisas, nuanças que estejam no ar. É a arte de ler aquilo que os
olhos não estão vendo em um primeiro momento.
Vou
dar um exemplo! Você talvez não se lembre das aulas de física do colégio, mais
especificamente como calcular a fórmula de tempo e movimento, todavia, ao
atravessar a rua fora do farol e verificar se um carro vem vindo, você usa a
intuição para verificar se dará tempo de você atravessar sem o carro te pegar.
Isso não é prever o futuro, mas analisar as contingências presentes das quais o
seu olho e a sua consciência não estão vendo e dar voz ao que o inconsciente vê
e / ou guardou.
Muitas
pessoas tem dificuldade de falar ou contar o que aconteceu com elas.
Desenvolver a intuição é algo que deve ser levado mais a sério na religião
espírita uma vez que esta é a ferramenta fundamental de trabalho dos guias:
“desvendar aquilo que talvez nem a pessoa saiba que está atrapalhando sua
vida”.
Banhos
de anis estrelado, colônia, noz moscada entre outros são frequentemente
indicado pelos guias e mentores para aguçar a intuição. Todavia, tomar o banho
e esperar que a intuição saia do além é prematuro e inadequado. “Intuição”
representa “ação de intuir” (intuiÇÃO), quando o guia delega um banho o banho
vem para intuir, ainda nos cabe a responsabilidade de agir, da ação, da
atitude.
Um
bom casamento para praticar a intuição é tomar o banho que o guia pede
(tratamento para intuir) e praticar algum tipo de intuição (Nossa ação
propriamente dita). Cuidar da nossa autoestima, da nossa autoconfiança, dos
nossos medos e receios também tem dado muito certo nos trabalhos citados pela
psicóloga Virginia. Não existe receita mágica que não muito banho, estudo e
aplicação disso na nossa prática diária.
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