Pular para o conteúdo principal

TRONO MASCULINO DA EVOLUÇÃO - POR EDUARDO DE OXOSSI

 


Obaluaê é regente do Trono Masculino da Evolução na Umbanda Sagrada. É senhor das palhas, das passagens, dos cruzeiros, o senhor da evolução dos seres, da cura, das doenças, da peste, o grande curandeiro das aldeias, guardião dos médicos, enfermeiros, curandeiros e profissionais da área da saúde.

Obaluaê cuida, guarda e evolui os hospitais e órgãos de saúde, traz novas curas, novas ciências da saúde, mas também novas doenças como foi a pandemia de Covid e outras doenças que marcaram a humanidade.

É ele quem evolui os seres, desde a evolução natural, à evolução de repertório comportamental, evolução no sentido de caminhar, transcender, crescer, aprimorar, seguir em frente tirando os melhores aprendizados, mas também se tornando uma pessoa melhor do que ontem.



Ele é muito eficaz no corte de demandas e magias invertidas, pois ele pode transmutar, transformar qualquer coisa, portanto, pode transformar uma reza negativa, um praguejo, um feitiço em positivo. Através dele podemos pedir para que seja desrezado, desfeito, desoferendado, desassociado, desendereçado todos os males e que estes sejam transmutados à nosso favor, em nosso benefício.

Por ser o rei das passagens, ele passa em silêncio por todos os lugares. Pode abrir e fechar portais. Rogamos à Obaluaê pelos doentes, pelas causas de saúde, de cura, mas também pela evolução de um ser, de uma situação ou de nós mesmos.

Rogamos a Obaluaê para cortar demandas principalmente as que causam enfermidades ou ainda, aquelas doenças que não tem causa médica encontrada. Rogamos a Obaluaê para fechar as fontes geradoras de maldade, de demanda, de doenças e de situações que estejam negativando ou atrapalhando a evolução.


No Candomblé Obaluaê e Omolu são o mesmo Orixá em estados diferentes (jovem e velho), na Umbanda ele é tratado como energia diferente, sendo Obaluaê (Masculino da Evolução) e Omolu (Masculino da Geração).

Rubens Saraceni classificou Obaluaê e Nana Buruque como TRONO DA EVOLUÇÃO, pois Nanã é o envelhecimento e Obaluaê a evolução, portanto, são Orixás pares e complementares em termos de energia e atuação. Tanto Obaluaê quanto Nanã propiciam o andar dos seres evoluindo, crescendo, avançando e envelhecendo na vida.  

Já Omolu, ficou com Iemanjá no TRONO DA GERAÇÃO, igualmente por serem complementares em sua energia. Omolu é a própria morte, o fim enquanto iemanjá é a vida. Um ciclo se encerra para outro se iniciar, portanto, trono da geração.

Obaluaê como vibração de Umbanda está associado fortemente à cura, inclusive um dos tradicionais rituais de Obaluaê nos terreiros de Umbanda é o banho de pipoca, onde através deste acredita-se que as doenças são combatidas, cortadas e desviadas dos nossos caminhos.

É através da pipoca que o Umbandista utiliza o poder e magia de Obaluaê. Podemos usar a pipoca para rituais de evolução, de transformação, de transmutação e até de corte de feitiços.

Alguns quimbandeiros utilizam a pipoca nos rituais de magia invertida, em especial de amarrações na tentativa de transmutar e manipular os pensamentos das vitimas que estão sendo alvo do trabalho.

A Pipoca aparece nos rituais positivos e negativados como instrumento elemental magístico de transformação. Obaluaê é a própria transformação, tal como um milho que para virar pipoca tem que evoluir, mudar, transformar-se.

Outro instrumento importante presente no Obaluaê de Umbanda é a palha da costa, o mariwo e o búzio branco fechado. Estes abrem uma outra infinidade de atuação de magia, firmeza, oferendas e limpezas utilizando o trono masculino da evolução.   

 

CARACTERÍSTICAS DO TRONO MASCULINO DA EVOLUÇÃO 

 

Trono: Masculino da Evolução

Orixá regente: Obaluaê

Sincretismo religioso: São Lázaro

Dia de Obaluaê: 17 de Dezembro / 16 de Agosto conforme diferenças de terreiros.

Dia da semana: Segunda-feira

Cor de Vela: Lilás ou Violeta. 

Fio de conta: Lilás ou Violeta. Pode haver búzios.

Banhos e Ervas: Casca de alho, casca de cebola, folha de mamona, barba de velho, sálvia, folha de fumo, sete sangrias, cipó cruz, outros.

Saudação: Atotô Obaluaê, que significa “silêncio, respeito, quieto”.

Campo de força: Cruzeiros. Obaluaê é rei das passagens através das cruzes. Muitos pontos riscados para abrir e fechar portais carregam cruzes em sua composição.

Animais que representam a presença de Obaluaê: Cachorro. Como curiosidade: cachorros são cães guias para cegos, cachorros são usados para resgates de feridos em países cobertos pelo Gelo, ou em destroços de prédios caídos, catástrofes naturais que soterraram casas e afins. O Cachorro lambe as nossas feridas, o cachorro é constantemente associado à Obaluaê.

Número: 2 .

Bebida: Vinho seco escuro e água cristalina.

Comidas: pipoca pura e com dende, coco seco cru e cozido, abacaxi, repolho roxo, feijão preto cozido, quiabo.

Verbos ligados à Obaluaê: Curar, Transformar, Transmutar, Mudar, Repor, Imunizar, Estabilizar, Recompor, Avançar, Modificar, Passar, Abrir, Fechar, Desadoecer, Evoluir, Seguir, Desinflamar, etc.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TRABALHOS COM CABEÇA DE CERA NA UMBANDA

INTRODUÇÃO A Cabeça é o lugar mais sagrado para o Umbandista. É ali que vive o seu Ori, sua coroa, sua mente, seu cérebro, o início dos seus chacras, etc. Trabalhos com cabeça de cera devem ser feitos por pessoas experientes e fundamentadas. Na dúvida sobre o que ou como fazer, sempre consulte o pai de santo de sua confiança.  CABEÇA DE CERA PARA OXUM: PEDIDOS E PROMESSAS Oxum é muito conhecida por receber cabeças de cera em seus trabalhos, seja ele para amor (embora a Umbanda em si seja contra trabalhos de amarrações) ou para outros pedidos.  Em São Paulo está localizado o Santuário de Aparecida do Norte. Lá é recebido diariamente muitas peças de cera em pedido ou agradecimento de graças alcançadas por seus fiéis.  Podemos fazer cabeça de cera para cura, para melhorar os pensamentos, clarear as ideias, etc.  CABEÇA DE CERA COM YEMANJÁ: CALMA, LIMPEZA E DISCERNIMENTO.  Yemanjá é a mãe de todos. Este trabalho é indicado para acalmar alguém que encontra-se

BANHO DE ÁGUA DE COCO PARA DESENVOLVIMENTO NA LINHA DE BAIANOS

INTRODUÇÃO Na Umbanda a palavra "desenvolvimento" remete aos médiuns recém integrados ao processo de espiritualização, ou seja, processo em que as pessoas dedicam-se a descobrir seus guias, seus mentores espirituais, seus Orixás regentes, seus dons mediúnicos (em maior frequência a incorporação), etc. O desenvolvimento que uma pessoa precisa para se tornar um médium de Umbanda dura períodos diferentes para cada um, o que significa que cada um tem o seu tempo. A qualidade de um médium não advêm se ele passou a incorporar em um ou dois meses, mas sim, o quanto há de qualidade na conexão deste com os guias e mentores espirituais.  O desenvolvimento na Umbanda leva responsabilidades de estudo teórico (fundamento, doutrina, história, elementos de magia, elementos dos guias, linhas de força, etc) e sessões práticas (giras, trabalhos particulares, grupos de oração, trabalhos nas matas, etc).  Uma pessoa que inicia o processo de desenvolvimento mediúnico, muda sua ro

NOMES DE MARINHEIROS E MARINHEIRAS NA UMBANDA

A Umbanda é uma religião 100% brasileira que se utiliza de conceitos de outras religiões como as religiões indígenas, o espiritismo, o catolicismo, etc. Como tal, apresenta uma ampla linha de trabalho pautada em diferentes culturas. Uma delas é a linha de marinheiros regida diretamente por Yemanjá e indiretamente por outros Orixás (Dependendo de onde aquele marinheiro é). Algumas casas de Umbanda tratam a linha de Marinheiro como vibração direcionada a Linha D'Agua: Oxum (Marinheiros de águas doces), Yemanjá (Marinheiro dos mares), Nanã (Marinheiro de águas turvas), Yansã (Marinheiro de águas agitadas e tempestades). Mas nada impede de termos um marinheiro ligado aos outros orixás: Pescadores (Oxossi/Yemanjá/Oxum), soldados da marinha (Ogum), profissionais e mercadores do porto (Oxossi), etc. Já o Candomblé segue nações (Ketu, Gêge, Nago) e como tal, sua doutrina antecede a Umbanda (religião criada posteriormente) e nem todas elas reconhecem a linha de marinheiros, a