DIVERSIDADE, EQUIDADE E INCLUSÃO - O QUE É E QUAL A IMPORTÂNCIA DE FALAR SOBRE O TEMA DENTRO DO TERREIRO?
Autora: Ally Bevilacqua - Médium no T.U.S. Caboclo Pena Verde e Flecheiro de Aruanda
Editor e administrador do Blog Baiano Juvenal: Pai Eduardo de Oxossi
Sabemos que esse assunto está em alta na sociedade e nos ambientes corporativos, mas não é somente lá que devemos falar sobre Diversidade, Equidade e Inclusão. Devemos falar sobre diversidade em todos os ambientes possíveis, inclusive e até mesmo dentro do terreiro, vamos lá?!
Diversidade refere-se à variedade de características e experiências humanas, como raça, etnia, gênero, orientação sexual, religião, habilidades, entre outras.
Equidade é o esforço para garantir que todas as pessoas tenham acesso às mesmas oportunidades, levando em conta as suas necessidades específicas.
Esses conceitos são fundamentais dentro e fora dos terreiros de Umbanda. Dentro do terreiro, promovem um ambiente de acolhimento e respeito, refletindo os valores centrais da religião, que sempre se posicionou como um espaço aberto e receptivo a todos.
Grupos Sub-representados ou Minorizados
Grupos
sub-representados ou minorizados referem-se a populações que, historicamente,
têm menos acesso a recursos, poder e representação na sociedade. Isso inclui,
por exemplo, pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+, mulheres, pessoas com
deficiência, entre outros.
Essas populações muitas vezes enfrentam preconceito e discriminação, tanto de forma direta quanto indireta, o que reforça a importância de se discutir e promover a diversidade, equidade e inclusão dentro dos espaços religiosos. Mas por que se chamam grupos sub-representados ou minorizados?
Chamamos de grupos minorizados não porque são compostos por poucas pessoas, mas porque são minorizados socialmente. Por exemplo, imagine uma menina negra que só tem acesso a desenhos com princesas brancas de cabelos lisos e que, em todo lugar que ela vá, a beleza da mulher branca seja exaltada. Neste exemplo, esta menina negra pode acabar não se sentindo representada, não se sentindo bonita e, infelizmente, começar a reproduzir pensamentos que perpetuam padrões de beleza e comportamento que não a incluem.
Essa é apenas uma das muitas situações que acontecem com as pessoas de grupos
sub-representados/minorizados, bem como: Pessoas LGBTQIA+, Negras, PCD´s, 50+, entre outras.
O
que São Vieses Inconscientes?
Vieses inconscientes são atalhos mentais que nosso cérebro cria para
processar rapidamente informações e tomar decisões. No entanto, devido ao fato
de vivermos em uma sociedade que perpetua estereótipos preconceituosos, esses
atalhos muitas vezes se baseiam em preconceitos contra pessoas de grupos
sub-representados. Em outras palavras, os vieses inconscientes são preconceitos
que internalizamos ao longo da vida, sem perceber, e que afetam nossas atitudes
e comportamentos.
Exemplo: Imagine um terreiro onde, sem intenção, os
médiuns tendem a dar mais atenção a frequentadores que se vestem de maneira
mais tradicional, ignorando ou não acolhendo tão bem aqueles que chegam com
roupas mais modernas ou fora do padrão esperado. Esse é um exemplo de viés
inconsciente que pode prejudicar a inclusão e o acolhimento de todos,
destacando a importância de reconhecer e trabalhar para superar esses vieses.
Combatendo Vieses Inconscientes:
Os
vieses inconscientes podem afetar significativamente a inclusão em qualquer
espaço, É fundamental que os médiuns e líderes espirituais estejam conscientes
desses vieses e trabalhem ativamente para combatê-los. Isso envolve a
auto-reflexão contínua e o compromisso com a aprendizagem e o crescimento
pessoal. Somente através dessa conscientização e ação é que podemos criar um ambiente
verdadeiramente inclusivo, onde todos se sintam respeitados e valorizados.
A História de Zélio e a Diversidade na Umbanda:
Para ilustrar a importância desses conceitos, podemos recordar a história de Zélio Fernandino de Moraes, fundador da Umbanda. Quando o Caboclo das Sete Encruzilhadas incorporou pela primeira vez, muitos médiuns presentes duvidaram da sua luz por ele ter se apresentado como um espírito indígena. Isso reflete o preconceito da época, que impedia a manifestação de espíritos de negros e indígenas nos centros espíritas kardecistas.
A Umbanda, desde seu início, trouxe à tona a discussão sobre diversidade e inclusão, propondo uma religião que acolhe a todos, independentemente de sua origem. Esse exemplo nos mostra a necessidade de estarmos sempre atentos aos nossos próprios vieses e de nos educarmos continuamente sobre as experiências e desafios enfrentados por grupos sub-representados.
A Umbanda, com seu princípio de ser "uma banda só para todos", sempre buscou abraçar a diversidade. Em um tempo em que esses temas eram pouco discutidos, a religião já pregava a inclusão e o respeito por todos os seres. É por isso que hoje, mais do que nunca, precisamos nos abastecer de conhecimentos sobre esses grupos sub-representados, especialmente em um contexto onde tantas pessoas ainda enfrentam preconceito e discriminação. A Umbanda, por sua natureza acolhedora, tornou-se um refúgio para muitos que encontram exclusão em outros espaços religiosos.
Recursos
Adicionais:
Para
se aprofundar mais no assunto, recomendamos os seguintes vídeos:
Fontes:
https://www.youtube.com/watch?v=3VjaCjJRS4U
https://www.youtube.com/watch?v=pXOQYDwtoXw
https://www.youtube.com/watch?v=Ia3NrSoTSXk
https://www.youtube.com/watch?v=YBxP_--uYUs&t=13s
Cristina Kerr - Viés inconsciente: como identificar nossos
vieses inconscientes e abrir caminho para a diversidade e a inclusão
Amei isso !!! Parabéns Ally
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