INTRODUÇÃO
Ser ou não consciente é uma das primeiras preocupações do
médium quando entra para uma religião que atua com incorporação. Ao começar seu
desenvolvimento mediúnico, ele se depara com as primeiras questões internas do
seu processo:
- Sou eu ou é o guia?
- Não sinto nada e vejo tudo, é normal?
- Eu tenho que apagar?
- O guia não veio?
Mas afinal de contas, o que é “consciência e inconsciência”?
Existem duas formas de responder esta pergunta:
A) Com ciência: conjunto de saber específico, comprovado,
científico, validado. Ou seja, só pode falar a respeito, quem tem
instrumentalização e qualificação para tal (Psiquiatras, Psicanalistas,
Psicólogos, outros).
B) Com senso comum: aquele saber popular que todo mundo se
intitula conhecedor do conteúdo e palpita a respeito.
Aqui já nos deparamos com os primeiros problemas:
1) As pessoas querem falar de
consciência e inconsciência a partir do senso comum, e isso é insuficiente para
analisar um aparelho psíquico, pois ele não é tão dicotômico, dual e
separatista assim. Há graus de consciência e inconsciência que demandam analise
de profissionais e não mera opinião. Por vezes achamos que estamos conscientes
dos nossos atos, mas não estamos. Acreditamos fazer determinadas coisas de modo
inconsciente, mas na verdade estamos controlando as escolhas que
conscientemente queremos ser afetados.
2) A religião não é ciência, portanto, não oferece
espaço para que um profissional do campo científico venha validar o seu
conteúdo, muito menos fazer uma bateria de testes nos médiuns para saber quem
são conscientes, quem são inconscientes e em qual grau. Sabendo que um
cientista não vai em um terreiro atestar consciência X inconsciência das
pessoas, e reconhecendo que o senso comum não é fonte fidedigna, segura de
análise de fases da mente, precisamos chegar a uma descrição comum do que
chamaremos de consciência em MEDIUNIDADE, pois partindo dela, chegaremos ao seu
inverso (inconsciente).
CONCEITO DE CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA
Chamaremos grosseiramente de “Consciência” o ato de saber
descrever o que fizemos, por que fizemos, para que fizemos e como fizemos.
Portanto, consciência da minha incorporação, seria eu saber descrever cada
etapa do que acontece, enquanto incorporado.
Chamaremos de “Inconsciência” se em algum momento da equação
anterior, nos faltar explicação, percepção, sensação, ou seja, quando o ato
ocorre desacoplado do acompanhamento do meu eu consciente, do que tenho
ciência.
O termo “consciência”, refere-se a um estado mental onde a
pessoa sabe exatamente descrever ou explicar o seu ato, o seu comportamento, a
sua conduta, enquanto o termo “inconsciência” acusa o inverso. Desse modo,
caracteriza-se como um estado mental onde a pessoa pode ter emitido determinado
comportamento, mas não sabe o porquê, a causa, o momento exato e o contexto que
fez determinada ação.
Por exemplo, imagine que tocou um ponto de caboclo no
terreiro que você frequenta e a pessoa (médium) começou a sentir o seu guia e
conseguiu se auto-observar. Percebendo a presença do guia, incorporou caindo no
chão em forma de caboclo para saudar o conga - podemos dizer que isso foi um
gesto “consciente”, pois dada a percepção dela sobre o guia, emitiu o
comportamento ao incorporar.
Uma incorporação inconsciente, pode ser reconhecida como a
incorporação em que o guia, acoplado ao corpo do médium, apresente-se sem que
este perceba a sua presença.
Muitos “charlatões”, também intitulados pejorativamente como
"marmoteiros" apropriam-se desta expressão e nomenclatura, mas não
possuem qualquer formação específica teológica, religiosa, epistemológica e até
psicológica para falar sobre o tema, em outras palavras, nem sabem o que
significam estas palavras em sua raiz. Alegam serem médiuns inconscientes na
tentativa de supervalorizar sua mediunidade ou pior, na tentativa de justificar
erros alegando que foi o guia e não ele (indivíduo) quem fez o ato.
MÉDIUM CONSCIENTE X INCONSCIENTE
Consciência e Inconsciência referem-se a estados mentais diretamente ligados a comportamentos. Para ilustrar este papo, criamos a tabela abaixo, onde temos na coluna "verde" os comportamentos emitidos pelo médium em um dia de gira. Na coluna "Azul", o gesto seria classificado como CONSCIENTE. Na coluna "Vermelha", o comportamento seria classificado como INCONSCIENTE:
Do começo ao final de uma gira são muitos comportamentos
emitidos pelo médium e seu guia. Para dizer categoricamente, se você é
inconsciente ou consciente, teríamos que ter observado todos estes gestos para
chegar a uma conclusão empírica sobre o diagnóstico. Caso contrário, esta
opinião se perde no famoso "achismo" ou na generalização.
Um fato empírico (comprovado) evita que a subjetividade
traga variações para uma análise. O "achismo", por outro lado, traz
confusão, pois é baseado em julgamento de valores daquele que acha algo e não
em dados, fatos e eventos. E pior, os achismos reduzem a complexidade do
comportamento humano, como se ele fosse simples.
O que é "consciente ou inconsciente" é o
COMPORTAMENTO DO MÉDIUM e não o "Médium" em si. Sendo assim, o
indivíduo pode ter momentos conscientes e momentos inconscientes em uma única
gira.
Cientificamente falando nem mesmo as federações espíritas
acreditam em uma incorporação 100% inconsciente.
Dizer que você é médium consciente ou inconsciente refere-se
aos comportamentos que você mais emite. Se o guia precisar retirar a sua
consciência por algum propósito, ele o fará, de modo que neste caso, os
comportamentos emitidos pelo seu corpo estarão para além da perda de controle
física, percepção e memória. Assemelhando-se a ideia de “piloto
automático" que temos quando incorporados, pois o médium não terá acesso
aos registros daquilo.
Em suma, as incorporações são conscientes, o que se perde
com muito mais frequência é o controle sobre o comportamento e não a
"consciência".
É importante ressaltar, que cada caso é único e individual,
não existindo melhor ou pior. Muito mais do que bater no peito para falar ou
esconder se você emite mais comportamentos conscientes do que inconscientes, é
saber o que isso significa para religião que você atua. Atuar na incorporação
exige muita responsabilidade. O começo do desenvolvimento mediúnico é difícil
para a maioria das pessoas - não é vergonha alguma ser um médium consciente.
O guia em terra utiliza-se do que seu corpo tem de matéria,
ou seja, o que você sabe e aprendeu ao longo da vida. Ele somente irá lhe tirar
a consciência quando houver um propósito.
Sendo assim, pode-se
dizer que eles até preferem a consciência, pois quando precisam dar recados a
cambones sobre os próprios filhos, costumam dizer "Isso o filho está
ouvindo" ou "eu vou deixar na cabeça dele".
gostei da explicação, bem simples e objetivo!
ResponderExcluirPreciso saber se a gente pode deixar de ser consciente e ser inconsciente
ResponderExcluirNão é que eu não acredito que esteja incorporado é que eu não aceito a incorporação consciente pois sou eu que controlo tudo isto não é certo
ResponderExcluirGostaria de receber o orixas inconsciente sem ter que ficar controlando nada sem ver sem sentir sem ouvir sem saber o que esta acontecendo com os outros obrigado pela atenção e que Deus te abençoe sempre axe
ResponderExcluirobrigado Pai ! por favor continua alimentando a nossa mente e o nosso subconsciente com conhecimento e sabedoria. William
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