Texto do Blog Baiano Juvenal - mantenha a referência!
Autor: Eduardo de Oxossi
Antigamente a linha de ciganos era muito associada ao povo do Oriente e os espíritos que ali viveram: Turquia, Irã, Iraque, Líbano, Israel, Arábia Saudita, outros. Com o passar do tempo e a evolução das doutrinas e diferentes Umbandas, a linha de Ciganos começou a manifestar entidades de outros lugares, bem como da Europa (Portugal, Espanha, outros), da América do Sul (Argentina, Chile, outros), da Índia, Egito, Paquistão e muitos outros lugares do planeta.
O Povo cigano de espíritos que se manifestam na Umbanda não tem ligação com o povo ROM, conhecidos como “romani”, um grupo étnico originário do noroeste da Índia que migrou para várias partes do mundo ao longo dos séculos. O Povo ROM é uma cultura a parte, tal como os povos originários manifestados por tribos Indígenas (Tupi, Guarani), por tribos Africanas (Ketu, Angola) e outras culturas no mundo.
O Espírito/entidade que trabalha na Umbanda é um arquétipo
que traz parte dos trejeitos de um grupo (Marinheiros, Boiadeiros, Baianos, Caboclos,
outros). Embora muitas personas de Pombagira cigana se assemelhem muito à
Espanha e Argentina (até pela aparência da dança de Tango), não podemos dizer
que aquela determinada Pombagira Cigana é dançarina de tango durante a gira.
A cigana ou Pombagira cigana que se manifestam na gira estão ali em formato de entidade, incorporada em um médium em uma gira que está correndo para um propósito: a caridade e atendimento dos seus clientes.
Embora todas as entidades dancem no terreiro de Umbanda, a
dança acontece sobre os fundamentos da Curimba, do atabaque e dos pontos
cantados. Não há necessidade que um médium aprenda a dançar tango, por exemplo,
para provar que está incorporado com o cigano. Não há necessidade que o médium
faça aula de dança indiana para poder provar que está com a cigana e assim por
diante.
A Linha de Ciganos (do Oriente ou de outros lugares do mundo) é conhecida pela sua alegria, seu poder e afinidade com magia, são apaixonados por trabalhos em volta de uma fogueira, trazem muito conhecimento oraculista (borra de café, pataca, runas, cartas, leitura de mãos, bola de cristal, leitura através das fumaças, leitura de sementes e afins conforme seu mistério).
São ótimos mentores para abertura de caminhos no amor, na saúde, na prosperidade, na mudança de caminhos, na mudança de vida, no desprendimento de zona de conforto, apegos e situações enraizadas que já não mais nos dão frutos.
São alegres, sua incorporação é sutil, leve, serena, porém
de grande força espiritual. Exatamente pela infinita possibilidade de
manifestação de espíritos que foram encarnados em diferentes épocas, lugares e
culturas, a linha de ciganos é uma das mais ricas e procuradas pelas pessoas, é
uma pena que nem todo terreiro trabalhe com esta linha e os que trabalham,
fazem poucas giras ao ano.
É uma linha que ainda está expandindo em termos de aprofundamento de conhecimento da religião sobre seu potencial, vide inclusive que nos faltam pontos cantados, muitos médiuns tem dificuldade com a fala das suas entidades nesta linha e que precisamos enquanto Umbanda apreciar melhor e com mais frequência os ensinamentos que estes belos mentores e mentoras tem para nos oferecer.
CARACTERÍSTICAS DA LINHA DE CIGANOS NA UMBANDA
Orixá regente: Santa Sara (Egunitá)
Dia da Semana: Quinta-feira
Saudação: Oribabá (Casa) / Optcha (em outras casas)
Cores: Colorido (tanto para velas, como fios de
contas, panos, pembas, fitas, afins.
Comida: Frutas, lentilha, pão francês, tabule, grãos.
Bebidas: Vinhos (secos, suaves, brancos, escuros),
Licores, champanhes, sucos de frutas, ponches.
Ervas e elementos de banho: Anis estrelado, Canela,
Cravo da Índia, Calêndula, flores e rosas em geral, patchouli, noz moscada,
açúcar mascavo, trevo de 4 folhas, folhas da fortuna (chama dinheiro,
douradinha, outros).
Verbos: Abrir, encantar, agregar, gerar, trazer,
magnetizar, embelezar, atrair, magiar, enfeitiçar, alegrar, desentristecer, livrar,
ajudar, motivar, caminhar, prosperar, etc.
Elementos: Ferradura, pedras, incensos, lenços,
adagas, moedas, pós, caldeirão, leques, castanholas, tiaras, lenços na cabeça
(principalmente os ciganos), fases da Lua, estações do ano, etc.
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