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ORI E UMBANDA - POR EDUARDO DE OXOSSI

 


Ori é uma uma palavra de Yorubá que significa “cabeça”, um termo do candomblé que representar o orixá da nossa cabeça, a nossa mente, a nossa inteligência, um pedaço de deus em nós, nossa essência. Não é o mesmo que “Orixá de cabeça”. Todos independente do seu panteão de orixás (de quem você é ou não filho, quem é seu orixá de frente, etc), todos temos o Orixá Ori em nossas cabeças.

 

Ori é nosso Orixá pessoal, que trabalha para nós, que vibra em prol dos nossos caminhos, nossa força, nossa grandeza, a nossa pessoalidade, nossa personalidade, nossa subjetividade. Na Umbanda esse termo, bem como seus cuidados e migração de conhecimento está presente em Umbandas ditas como Omoloco, Traçadas, Umbandomblé e outras nações fortemente influenciadas pelo Candomblé, ou ainda em casas em que o zelador toca Umbanda e Candomblé (mesmo que em dias separados).

 

Outros tipos de Umbanda acabam substituindo esse cuidado como o anjo de guarda, mas eu particularmente não acho que um substitua o outro, ambos se complementam. Tem pessoas que não tem o conhecimento sobre esse assunto na Umbanda e vivem bem. Outras que tem o conhecimento de Ori e vivem mal! Isso se dá pois entre os segredos de cultuar e cuidar do ori, de ter um ori saudável, equilibrado e bem sucedido em nossas vidas, ativo em nossas bênçãos e conquistas está:

 

- Ter um bom caráter;

- Ter bons princípios;

- Não ser uma pessoa mal intencionada;

- Não fazer maldade ao próximo;

- Não ter uma língua fofoqueira e praguejadora;

- Etc.

 

O Ori positivado é um ori positivo de atitudes em primeiro lugar de modo que não adianta fazer ebós, assentamentos, firmezas se a pessoa é uma pessoa ruim, invejadora, traiçoeira, ingrata, mentirosa, dissimulada, amarga, etc.

 

Pessoas más tem poucas perspectivas de progresso, pois além de suas atitudes desagradar e negativar seu próprio Ori, os demais Orixás não são cegos, entre eles, o próprio Orixá da pessoa, Xango da Justiça, Exu dos Caminhos e assim por diante.

 

Independente da sua casa cultuar ou não o Ori, entenda que essa premissa é quase que universal: “O universo conspira à favor de gente honesta”.

 

Além de mantermos uma boa índole, termos boas atitudes e um bom caráter, outras dicas valiosas para cuidar do Ori são: Banho de água de coco verde, banho de quiabo, banho de peregun verde e Obi, sendo esse ultimo necessário a presença de um zelador de santo que saiba as devidas rezas e procedimentos para tal.

 

Ter uma boa cabeça, ter um bom Ori, ter boas atitudes é essência Ioruba para que os ebós, feituras e demais ferramentas do sagrado tenham sua eficácia no cumprimento dos seus propósitos. Na dúvida sobre como cuidar da sua cabeça, procure o pai de santo de sua confiança e conheça a doutrina da casa que você frequenta.

 

Um Ori negativo, uma cabeça negativa, uma pessoa maquiavélica é autodestrutiva por si só, não precisa de demanda ou de inimigos, ela mesmo fecha seus caminhos e impede sua vida de progredir. Há de se entender de uma vez por todas que a religião do Orixá não é balcão de pedidos ou de desejos e soluções mágicas onde tudo será resolvido por você.




A principal mudança na vida começa com as atitudes que escolhemos ter conosco, com o próximo, com o sagrado e para com a sociedade.  Independente da sua casa entender, reconhecer o Ori ou não, eu tenho plena certeza que é desejo de todos os guias, é teor de todos os conselhos dados no passe que o ser humano evolua e tenha uma cabeça melhor. Nisso já está o Ori!

  



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